Talvez uma das temáticas mais discutidas no Brasil atualmente é o comportamento homossexual. E como não poderia deixar de ser para uma temática que cai no senso comum, tem sido grandiosamente mal compreendida ou discutida de maneira desonesta e recheada de falsos conceitos. De um lado temos os grupos homossexuais defensores de todo o tipo de liberdade sexual, e que desejam, mais do que respeito ou liberdade para seu comportamento sexual, problematizar a heteronormatividade e a heterossexualidade. Por outro lado, alguns líderes evangélicos esbravejam ignorância sobre o tema, pois insistem em afirmar que ser homossexual é uma escolha, que a diferença entre raça, cor ou idade com homossexualismo é porque nos anteriores não há opção, enquanto que ser homossexual é uma opção. Coisa, inclusive, que foi reproduzida pela nossa presidente. A finalidade deste post não é dar respostas Bíblicas a questão homossexual, nem elencar uma infinidade de textos que chamam essa prática de pecado, nem também dar respostas a como alguém pode abandonar esse pecado, alguns post meus já trataram sobre isso. A finalidade é desafiar para que essa temática seja tratada com mais honestidade e menos raiva. A primeira coisa que preciso fazer é explicar o título do post e o porquê do “ismo” e da “idade”. Isso pode ser respondido ao retornarmos a origem da palavra e ver porque o movimento gay insiste tanto no termo homossexualidade.
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Karoly Maria Benkert |
A palavra homossexual foi usada pela primeira vez por Karoly Maria Benkert, jornalista austro-hungáro, que dedicou boa parte de sua vida pela defesa dos direitos gays. Tanto o sufixo “ismo” como o sufixo “idade” são designados para substantivos abstratos tendo a sua diferença na origem da língua, o primeiro é grego (ismo) e o segundo latim (itas; itatis). Mas por que eu acredito que o termo “ismo” deva prevalecer? Acredito que é comum em nossa língua o uso de “ismo” para falar de substantivos de alguma escola filosófica ou alguma visão sobre algum aspecto da vida. E por conta da palavra “identidade” ter o sufixo “idade” ficaria estranho o uso de homossexualidade, já que isso não é uma identidade sexual, mas sim uma conduta sexual. A identidade sexual se estabelece nos ditames naturais, vistos em toda criação divina. Em Gênesis, quando Deus cria os animais, os constitui entre machos e fêmeas, não havendo assim, outra identificação sexual. Da mesma forma, o homem é criado como macho e fêmea, não havendo, portanto, alguma identidade híbrida ou neutra. Dessarte, que o comportamento homoafetivo não modifica a identidade sexual do homem, somente faz uso redirecionado da estrutura de individualidade da criação. Justificado o título, podemos nos aprofundar naquilo que é dito pelos grupos homossexuais. É normal que se encontre em algum desses grupos com o seguinte argumento: “Nós nascemos gays, isso veio da minha própria natureza, como posso ter culpa disso? Ou tentar mudar como eu nasci?” Os mais “cristãos” diriam: “Deus me criou assim, se alguém tem culpa é ele, pois que não tive escolha”. Ao que parece, há algo de verdade no que é dito. É difícil pensar em alguém que um dia tenha levantado da cama e dito pra si mesmo: “Huumm, acho que vou virar gay...”. Ninguém escolhe pra si uma vida de preconceitos, de não aceitações e todos os tipos de dificuldades que um comportamento gay possa causar. Mas se não é uma escolha o que seria? Estariam certos os grupos gays em afirmar que as pessoas nascem assim?
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Simon LeVay |
Não há nenhum estudo genético que tenha achado algum gene gay, alguns estudiosos chegam a falar de diferenças físicas entre homossexuais e heterossexuais, o Dr. John Frame comentando sobre a pesquisa de LeVay diz: Eu não sou competente para avaliar a pesquisa de LeVay. Eu penso que nós somos sábios em suspender o juízo até que o trabalho de LeVay seja corroborado por outros que são mais objetivos na questão. No entanto, nós devemos notar, como outros tem, que há um problema não respondido do tipo “ovo e galinha” aqui: Como nós sabemos que estas condições (ou talvez a largamente não explorada base física para isso) é a causa, e não o efeito, de um pensamento e comportamento homossexual?
Em todo caso, mesmo que se achasse um “Gene-H” isso não significa que seria algo bom ou natural. Os cientistas já identificaram uma série de doenças que são determinadas geneticamente, no entanto, ninguém diria que isso seria bom ou normal. Logo, vemos um problema lógico nos que argumentam que se algo é inato é bom. Mas, e quanto ao comportamento ser determinado, ou o poder de escolha e mudança ser tolhido por uma determinação genética? Estariam os gays desculpados do seu comportamento, e a Deus, portanto, não poderia lhes impor culpa? Esse é outro passo da discussão e acredito que seja o mais importante. Alguns cientistas encontram certa relação genética para o alcoolismo, será que devemos concluir que os alcoólatras estão desculpados, ou que não se deva mais estimular o abandono desse comportamento? É claro que devemos responder com um grande NÃO. O que as descobertas fazem é dar mais armas para que possamos de modo mais eficiente e rápido solucionar diversos problemas. Não devemos acreditar que as pessoas, por terem genética que os deixem mais propensos a determinados comportamentos, não têm poder para escolher terem ou não esse comportamento. Primeiro, porque mesmo com essa construção genética as evidências não atestam 100% de pessoas alcoólatras, mas uma maior porcentagem do que seria normal. E segundo, porque mesmo essas pessoas, conseguem decidir beber ou não mediante suas próprias consciências. Não existe um fator que as obrigue a beber, apesar de tornar mais difícil abandonar o vício. De modo que fatores genéticos de forma alguma anulam as escolhas feitas. São apenas mais fatores que acrescentam influência em nossas ações. A necessidade de que o comportamento homossexual seja uma escolha livre é exclusiva de uma doutrina arminiana. Para um reformado, existe uma série de fatores que determinam e influenciam as nossas escolhas, desde a construção social, educação, ambiente, pecado, e até mesmo influência genética. Isso sem contarmos com a maior das influências, e essa sim exclusivamente determinante, que é o governo soberano de Deus sobre todas as coisas, portanto, para nós não há dificuldade em dizer que os homossexuais não tiveram escolha, mas são totalmente responsabilizados pelos seus atos. Numa debate sincero sobre a temática, esses pontos devem ser levados em consideração. Não adianta falar sobre o tema sem antes uma devida reflexão e aprofundamento, isso só gera mais confusão e desentendimento entre as partes. Os grupos gays deveriam ser mais honestos nas suas declarações sobre seus comportamentos, e entender que há diferenças cruciais entre um comportamento, mesmo que haja influência genética, e uma raça, cor ou idade. Mas aqueles cristãos que se levantam para falar sobre o assunto devem instruir-se mais sobre isso, pois o seu dever é agir com lealdade e justiça, no amor de Deus, a fim de encontrar redenção nos corações eleitos, e culpa nos não eleitos. Não adianta tratar o assunto com superficialidade, e desonestidade, em discursos que só convencem quem já está convencido, e que não santificam a Cristo, como Senhor, em preparar-se para responder àqueles que perguntam a razão da esperança:
Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal. I Pedro 3.15-17.[19]
[19]Sociedade Bíblica do Brasil. (2003; 2005).
Almeida Revista e Atualizada, com números de Strong (1Pe 3.15-17). Sociedade Bíblica do Brasil.